domingo, 6 de setembro de 2009

Mudança

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Boa leitura!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um Domingo Histórico




Por Many Pereira.


O município de Arraial do Cabo sediou no ultimo domingo dia 16/08 a I Conferência Regional de Comunicação da Região dos Lagos. O evento aconteceu no Ciep Cecílio Barros Pessoa na Prainha.

A conferência regional é uma das etapas que antecedem a I Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), que será realizada em Brasília no final deste ano. A mobilização para que a conferência se realizasse contou com a equipe de O Cabistão, membros da comissão estadual pro conferência e de lideres comunitários de Maricá e Saquarema.

A despeito de estar no fim da linha na região como costuma dizer o prefeito Anderson de Brito, o Andinho, Arraial foi o município que mostrou estar mais bem preparado para receber a conferência, tanto em logística, quanto em mobilização. Sem falar no apoio da prefeitura que foi de grande valia para o sucesso do evento.

O fato é que com a realização da conferência, a Região dos Lagos mostra que está inserida na discussão nacional e atenta para garantir direitos de cidadania em comunicação na era digital (tema da I Confecom) aos seus cidadãos.

A mesa de abertura foi composta pela assessora de comunicação da prefeitura de Arraial do Cabo Márcia Plácido, o jornalista Max Prates diretor de eventos da secretaria de Turismo de Arraial , pela estudante de Turismo Izabelle Felix comunicadora popular de O Cabistão e pela jornalista Raquel Junia membro da comissão estadual pro conferência.

A assessora começou lembrando do pioneirismo de Arraial em comunicação na região e do crescimento da imprensa nos dias atuais. Já nossa companheira Izabelle, contou como foi o inicio do curso de comunicação comunitária do Projeto Ressurgência e da experiência de fazer um jornal, que teve quatro edições até agora.

Além dos representantes da mídia regional, como o jornal O Saqua, Araru TV, Jornal Gospel Lagos, Cine Clube Xaréu, e de O Cabistão, também estavam presentes professores, estudantes do ensino médio e universitário, lideres comunitários, artistas entre outros.


A segunda mesa contou com membros da comissão estadual pro conferência, a jornalista Claudia Abreu do Comunicativistas, o jornalista Arthur William do Intervozes e Edison Munhoz do Sindipetro e do conselho comunitário de Maricá.

Claudia começou fazendo os informes relativos à organização para a conferência nacional e dos problemas enfrentados até agora como a falta do regimento interno e o afastamento dos empresários da conferência. Arthur William falou sobre concessões publicas e de rádios e TVs comunitárias.

Após as discussões dos grupos temáticos, foram tiradas propostas por cada grupo e depois votadas pela plenária final. Criação e implantação dos conselhos municipais de comunicação, fim da cobrança de interurbano para DDDs da mesma região e a obrigatoriedade para os municípios que possuam verba publicitária de destinar parte dos recursos para os veículos de mídia comunitárias foram algumas das propostas aprovadas.
Foram eleitos ainda 25 delegados para a etapa estadual caso isso seja possivel.

Para os presentes, à conferência mostrou que estamos no caminho certos e bem preparados para enfrentar a batalha final na etapa nacional, que mesmo que não traga mudanças significativas é vitoriosa por permitir o debate saudável de um dos direito humanos básicos, o direito a informação de qualidade, imparcial e acessível a todos.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O governo do Prefeito Andinho seis meses depois


Foto por Pedro Henrique Oliveira


Na pesquisa de opinião que a equipe de O Cabistão fez nas ruas para saber que assuntos os moradores da cidade querem ler no jornal, surgiu a ideia de uma reportagem sobre os seis meses de governo do prefeito Wanderson Cardoso de Brito, o Andinho. Para concretizar a reportagem, decidimos ouvir o balanço que o próprio prefeito faz da atuação da sua equipe à frente da prefeitura. Algumas das perguntas que foram feitas ao prefeito também foram sugeridas pela população. Confira a entrevista.



O Cabistão - Quem é o cidadão Wanderson Cardoso de Brito?


Andinho - Um cidadão bem simples, minha criação sempre foi muito humilde. Sou de uma família de tradição em Arraial, sou uma pessoa bem ligada a família, aos amigos, ao pescador. Cresci dentro do meio da pesca na Praia Grande, da escola para a casa dos pescadores, futebol, bem o cotidiano de Arraial do Cabo. As coisas vão mudando, as expectativas, as oportunidades.

Fiz o 1º concurso do Unibanco em Arraial, tirei o 1º lugar, trabalhei no banco durante cinco anos, de 85 a 90, cheguei a ser convidado para ser sub-gerente da agência. Na época já com pretensões políticas, montando um comércio, pedi minha exoneração do Unibanco. A minha criação toda foi essa, lar humilde, meu pai operário da Álcalis. Eu sou produto da Álcalis, como a grande maioria da minha geração por conta do que a Álcalis promoveu aos nossos pais e avós aqui em Arraial do Cabo.

Entrei na vida pública, a primeira candidatura nossa saiu do meio dos amigos. Meu avô, Valter Soares Cardoso, era vereador em Arraial. Esse grupo de amigos vinha sempre se reunindo e achava que Arraial precisava lançar alguém mais jovem, alguém do meio, a gente vivia muito unido e em um churrasco resolvemos lançar um candidato e eu resolvia que iria ajudar esse candidato. E para minha surpresa o candidato fui eu (risos).

O Cabistão - A respeito do licenciamento do Porto do Forno qual a sua posição?

Andinho - Nós temos a questão ambiental, também é algo que nós respeitamos e vamos estar sempre trabalhando para que mantenhamos esse nosso potencial. Mas nós temos o Porto do Forno e temos uma cidade em dificuldades. No último censo do IBGE, Arraial tinha 40% da população desempregada. A vida inteira ouvimos falar que Arraial tinha um potencial turístico, mas a gente nunca conseguiu transformar esse potencial em investimento de qualidade para gerar trabalho e renda.

A cidade vive hoje uma dificuldade de crescimento com qualidade, vejam os bolsões de pobreza que tomaram conta do nosso município nos últimos oito anos. Nós temos um crescimento desordenado absurdo e hoje temos que assumir e buscar meios de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Estamos declarando desde a campanha, que a porta de entrada dos investimentos em Arraial nesse primeiro momento é o Porto do Forno. Não existe outra, quem falar de outra forma de investimentos nesse momento está sonhando. Nós temos um porto que é estratégico, que a todo momento é assediado por grandes empresas na base offshore . Basicamente, quando se fala em offshore, se liga direto a estaleiro, a plataformas sendo raspadas ali no mar. Não é isso, a gente tendo a base offshore pode movimentar o porto com rebocadores, com suprimentos para as plataformas, equipamentos. Hoje nós abastecemos as plataformas com água, através dos rebocadores via Porto do Forno.

Eu ouvi de alguns ambientalistas que existem atividades na própria plataforma que não causam dano nenhum. A licença ambiental vai dar condições ao porto de, além de gerar trabalho, trazer ISS [Imposto Sobre Serviços] para o município. Com a licença ambiental do porto nós vamos poder enquadrar as atividades que ele já exerce dentro dos parâmetros da ANP [Agência Nacional de Petróleo] enquadrando Arraial do Cabo para receber os royalties como se fosse área de produção de petróleo.


O Cabistão - E essas atividades no Porto não impactam a pesca tradicional?

Andinho - Nós temos um estudo de impacto ambiental feito pelo IEAPM [Instituto de Estudos Almirante Paulo Moreira]. É o instituto que está há mais de 30 anos, conhecendo toda a área pesqueira da cidade. E segundo os doutores deste instituto, não traz impacto ambiental para os pescadores.

O Cabistão - Como o senhor pretende combater o desemprego? Existe algum projeto de capacitação de jovens para o mercado de trabalho?

Andinho - Com certeza, através do porto já iniciamos alguns cursos. Estamos tendo agora, por exemplo, o curso da brigada de incêndio, capacitando moradores de Arraial para assumir essa frente de trabalho. No mês passado tivemos um curso de agente ambiental, foram cem voluntários que a empresa Alpina qualificou. Se houver algum tipo de derramamento de óleo na Reserva Extrativista eles já estão capacitados para ajudar e fiscalizar.

O Cabistão – Quando estivemos na rua perguntando o que as pessoas gostariam de saber do senhor, uma questão que surgiu muito foi a da saúde pública em Arraial, desde questões como marcação de consultas com especialistas até atendimento de emergência no hospital geral. A saúde é uma prioridade no seu governo?

Andinho - Já tem sido uma prioridade, quando vocês colocam que temos ainda dificuldades no atendimento ambulatorial é uma realidade. Mas quando vocês fazem o questionamento a nível de emergência eu posso afirmar com todas as letras que a emergência de Arraial do Cabo hoje funciona. A maior referência que temos disso é que as críticas acabaram. No hospital temos hoje dois clínicos gerais, um anestesista, um cirurgião, um ortopedista e um obstetra, e temos em cinco dos sete dias da semana um pediatra. A única área que não conseguimos ainda os sete dias da semana foi a pediatria por conta da dificuldade de profissionais.

Todos os problemas que chegam à emergência de Arraial tem tido solução. Na questão do ambulatório a população vai ter que ter um pouco mais de paciência porque requer investimento, e não temos neste primeiro momento condições de investir mais do que já estamos investindo. Mas para terem uma idéia, não tínhamos profissionais, ninguém queria vir trabalhar na saúde de Arraial do Cabo porque era o pior salário da região, os profissionais que vieram para cá não tinham recursos, medicamentos, material hospitalar.

Sumiram com nove leitos de UTI em Arraial do Cabo. A gente convenceu o governador a nos ajudar, hoje eu estou recebendo o pessoal da Agencia Nacional de Saúde, se sensibilizaram. Nós precisamos de um aporte maior do governo federal, através do SUS, e vamos conseguir porque estamos trabalhando para isso.

Temos um projeto de aumento de dois postos de PSF [Programa de Saúde da Família] que já estão autorizados, mas que também requer um aporte inicial. Um desses postos vai ficar para atender Sabiá, Caiçara e Pernambuca e outro para atender a comunidade da Roça Velha e Macedônia, toda a população dessa região que hoje está concentrada no posto da Prainha. Os postos sairão em mais ou menos dois meses.

O Cabistão – Há algum planejamento para outra unidade hospitalar mais próxima dos distritos de Arraial, como Monte Alto e Figueira?

Desde o momento que tenhamos os postos funcionando com estrutura não há necessidade de construirmos mais uma unidade hospitalar. Inclusive, o hospital geral que tem uma capacidade para 70 leitos é superdimensionado para a nossa realidade. Por isso estamos numa parceira e dando prosseguimento a um consórcio intermunicipal para que a gente traga recursos e descentralize esses recursos federais.

O Cabistão - Houve muita reclamação por parte da população com relação a Autoviação Salineiras, que possui uma das passagens mais caras do país. Há vários outros problemas – pouca circulação de ônibus, horários não compatíveis e pessoas sendo transportadas em pé. Em outros municípios isso é proibido. De que forma o senhor pretende solucionar esse problema?

Andinho - São duas situações distintas, apesar de estarem no mesmo contexto. Uma é o transporte intermunicipal e outra o transporte interno do município. O intermunicipal é uma concessão do estado e aí o município sede da concessão é Cabo Frio, Arraial não tem praticamente nenhuma ingerência sobre isso.

Queremos conseguir que venha uma autoviação para Arraial para fazer o seguimento interno do município é muito pouco provável porque o custo que se tem para manutenção de uma empresa dessa natureza não chama a atenção dos empresários nesse sentido, apesar da gente saber da força que a Salineira tem a nível de estado. Particularmente eu não tenho nada contra a Salineira, mas tenho algo da minha responsabilidade que é oferecer um serviço melhor para a nossa população.

Existe hoje um seguimento dentro do município se organizando para fazer uma cooperativa de vans para o transporte interno e circular no município. Está programado para a semana que vem uma reunião para a gente discutir uma forma de oferecer um transporte pelo menos dentro dos limites do município. Intermunicipal é mais complicado, não tenha duvidas de que se a concessão fosse de Arraial do Cabo já estaríamos dando solução para esse problema, mesmo porque não temos comprometimento nenhum com os meios de transporte, nem com ninguém, nosso comprometimento é com a população.


O Cabistão – Que iniciativas existem na área da educação? O município está recebendo as verbas do Fundeb?

Estou encaminhando hoje dois projetos de duas escolas, uma para Monte Alto e outra para Figueira. Estamos recebendo os recursos do Fundeb, se não teríamos fechado as portas.

O Cabistão - Notamos nos moradores uma necessidade de ter uma relação mais próxima com o poder público municipal. Eles até fizeram uma proposta que consiste no senhor se reunir periodicamente diretamente com a população. O que o senhor acha dessa proposta?

Andinho - Eu também tenho essa necessidade, eu sou povo, meu cheiro é de povo mesmo, eu gosto. Eu viajei oito ou nove vezes para Brasília, ao Rio eu vou três vezes por semana para que as coisas aconteçam, e por isso ficou mais difícil. Eu estava até abrindo a audiência às sextas-feiras, mas depois tive que interromper por causa de toda essa questão do Porto do Forno, mas pode ter certeza que a gente vai rodar a cidade e é minha função ouvir as pessoas.

O Cabistão – O Senhor quer acrescentar mais alguma coisa?

Pedimos a população um pouco de paciência. Sonhamos em ser prefeito de Arraial do Cabo, mas não sonhamos em um momento de crise mundial. Essa parte do sonho não existia, mas é a realidade, por isso as dificuldades, a correria. Essa falta de atenção não vai existir mais, em breve estaremos nas ruas de Arraial, como cidadão comum no final de semana, com chinelo e short. Mas para que isso ocorra, as coisas precisam estar engrenadas e ainda não estão. Estamos buscando de forma incansável a equalização financeira do município.

ARTIGO: Ética X Manipulação

Por Izabelle Felix e Alessandra Koblischek


A comunicação já se modificou muito desde seu surgimento. Atualmente, a impressa, como jornais e revistas, a audiovisual e o mundo virtual estão em alta. A comunicação audiovisual, na maioria das vezes, poupa-nos o esforço da imaginação: o cinema de Hollywood cria a ilusão do movimento real, a TV traz o mundo para dentro da sala e, com ele, as mensagens publicitárias.

Hoje existe uma nova maneira de perceber o planeta. O mundo virtual é sensacional, não há fronteiras: tudo está ligado em rede planetária. Um pequeno aparelho nos dá acesso a todo o universo. Arraial do Cabo, por exemplo, tem seus meios de comunicação, e pode se conectar com qualquer outro lugar do planeta. Porém, os impactos da mídia mudam as relações de trabalho, o aprendizado e a vida social. É necessário rever alguns conceitos, como a liberdade de expressão, e os possíveis artifícios utilizados pelos profissionais dessa área, como para dar a ilusão de realidade.

Afinal, qual é o papel da mídia? Muito se discute sobre a real existência da imparcialidade. Em peças publicitárias e mesmo em discursos editoriais, a maioria das empresas jornalísticas se diz imparcial e neutra. Entretanto, até nos manuais de redação é dito que a neutralidade total nunca será atingida. Até onde será que vai a linha tênue da ética?

Além dos próprios jornalistas terem limitações do que dizer em suas reportagens, a própria formação de cada profissional da área acaba decidindo, muitas vezes de forma enviesada, o que é notícia. Imagina para os leitores que confusão! Não sabem se foi de fato aquilo que ocorreu, não sabem se acreditam, se fingem que acreditam ou se engolem aquilo como verdade.

Vivemos num mundo onde, infelizmente, a manipulação é a forma mais utilizada e, às vezes, nos deixamos convencer por tão pouco. Temos vivido situações delicadas e que precisam de um olhar extremamente atento. Devemos permanecer de olhos abertos, e precisamos analisar cada informação que nos é dada.

A comunicação é um direito humano desconhecido

Por Many Pereira

“Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão”. Esse trecho é da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU.

Em 2005, a Câmara dos Deputados realizou um encontro com o tema “Direito Humano à Comunicação: um mundo, muitas vozes”. Deste encontro resultou a Carta de Brasília, que diz:

“A importância do direito humano à comunicação está ligada ao papel da comunicação na construção de identidades, subjetividades e do imaginário da população, e na conformação das relações de poder”.

Ou seja, significa que a comunicação é um direito humano, assim como saúde e educação. É preciso pensar que nem sempre ter acesso a muita informação significa que a pessoa está bem informada. Pode ser que esteja informada apenas daquilo que quem transmitiu a informação quer que ela saiba.

Conferência Nacional em dezembro


Em dezembro de 2009 será realizada no Brasil a 1ª Conferência Nacional de Comunicação com o tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital”.

Na audiência pública realizada na Assembléia Legislativa do Rio (ALERJ), no dia 22 de junho, foi ressaltado que somente com a mobilização de todos, imprensa alternativa, movimentos sociais, sindicatos de classe, organizações, enfim, toda a sociedade organizada, a conferência será representativa.

O Cabistão esteve presente na Audiência Pública e entrevistou a representante do Conselho Regional de Psicologia na Comissão Rio Pró-Conferência, Noeli Godoy. Para ela, o principal legado que ficará dessa conferência é a mobilização e a força do movimento social no Brasil. “A possibilidade de discussão da democracia nos meios de comunicação já é um grande avanço, mesmo que não haja grandes mudanças no panorama atual”, avaliou.

A representante do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), Roseli Goffman, falou sobre a dificuldade de mobilização de diversos atores sociais. Para ela, é importante trabalhar com o sentimento de exclusão social, pois “a partir do momento que essas pessoas se sintam incluídas no debate, elas se mobilizarão e passarão a sentir que o direito à comunicação também é delas”.


Mobilização na Região dos Lagos

A Região dos Lagos está planejando sua Conferência Regional. A data prevista é 15 de agosto. A princípio, além de Arraial do Cabo, estão envolvidos os municípios de Saquarema, Maricá, Cabo Frio e Búzios.

FIQUE DE OLHO:


Até o dia 30 de agosto devem ocorrer as conferências municipais/regionais e até 30 de outubro a estadual. Veja em www.rioproconferencia.com.br